Crianças com altas habilidades

O que é?

Você já ouviu falar de crianças que tem altas habilidades ou super dotação? Essas são crianças que se destacam por suas habilidades acima da média, criatividade e grande dedicação para determinadas tarefas.  Quando avaliadas por testes padronizados, apresentam um Quociente de Inteligência (QI) superior a 120.

No Brasil, a Política Nacional de Educação Especial aponta para um conjunto maior de características. Pessoas com altas habilidades/super dotação podem apresentar, além da aptidão acadêmica, grande capacidade de liderança, pensamento criativo e talento especial para as artes.

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Quais sinais iremos observar?

O diagnóstico só poderá ser realizado se essas aptidões elevadas forem reconhecidas, por isso familiares e a equipe escolar devem estar atentos aos sinais. A criança usualmente é curiosa, aprende com facilidade, pode ter o vocabulário avançado para a idade e boa memória.

Como auxiliar?

O ambiente tem um papel fundamental, pois quando oferece o estímulo adequado possibilita que esses jovens desenvolvam plenamente os seus talentos. Mas por outro lado, se uma criança não se identifica com o lugar ao qual está inserida, tende a se isolar, mostrar desinteresse e até recusa em frequentar a escola.

É importante entendermos que a inteligência no aspecto cognitivo não garante bom desempenho emocional, pelo contrário, muitas vezes essas áreas do cérebro não apresentam o mesmo nível de maturação. Alguns jovens com altas habilidades podem apresentar dificuldades para lidar com as próprias emoções, ter baixa resistência a frustações, dificuldades nas relações sociais, dificuldade para lidar com as críticas, excesso de competitividade, preocupações e angústias.

Nos últimos anos tem ocorrido um aumento no número de crianças identificadas como super dotadas que apresentam também uma outra condição neurológica, como déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e o espectro do autismo. Essa situação demanda ainda maior atenção ao aspecto emocional.

É fundamental estarmos atentos aos sinais da criança, avaliar suas potencialidades e fragilidades, auxiliando e orientando.

Como a escola pode ajudar:

  • Estimular o desenvolvimento das habilidades que já se destacam;
  • Encontrar formas para motivar a criança em sala de aula;
  • Auxiliar no desenvolvimento das habilidades que estão abaixo do esperado;
  • Enriquecer o currículo escolar;
  • Estar atento às demandas emocionais e sociais da criança;
  • Não excluir a criança, trabalhar com a inclusão;
  • Treinar a equipe de professores para reconhecer e lidar com as crianças de altas habilidades.

Como os pais podem ajudar:

  • Estar atento aos sinais da criança;
  • Identificar precocemente sinais de sofrimento emocional ou sentimentos de inadequação;
  • Manter boas relações familiares e diálogo com o filho(a);
  • Manejo ambiental da ansiedade (se presente) – técnicas de relaxamento, atividade física;
  • Administrar o excesso de expectativas;
  • Ajudar a criança no fortalecimento do seu autoconceito;
  • Buscar acompanhamento profissional e esclarecer dúvidas sempre que considerar necessário.

Dra. Ana Carolina Macedo

Neurologista infantil