O brincar e o Espectro do Autismo

O brincar de uma criança é fundamental para o seu aprendizado e desenvolvimento.

A forma como a criança brinca reflete suas preferencias, percepções do mundo, seguranças e o desenvolvimento cognitivo – quanto maior a capacidade cognitiva, mais complexas serão as brincadeiras.

Por isso, o brincar nos oferece muitas pistas quando estamos a avaliar o desenvolvimento infantil.

O que é o brincar funcional?

A criança é capaz de dar função adequada aos objetos e brinquedos, como fazer um carrinho andar em uma pista, alimentar um ursinho ou boneca, preparar um alimento com a panelinha.

O brincar funcional acontece a partir de uma associação realizada pela criança – por exemplo – a colher funciona para alimentar, a pista é o local onde os carros andam.

O que é o brincar estereotipado?

Brincadeiras, de modo geral, solitárias e repetitivas, com manipulações e movimentos estereotipados de brinquedos, sem intenção lúdica.

A criança usualmente utiliza o brinquedo ou o objeto para produzir uma sensação que lhe é agradável (visual, tátil), como rodar repetidamente as rodas do carrinho, organizar objetos por cor ou tamanho, enfileirar, empilhar, dar muita atenção a uma parte do brinquedo (o pino que segura a porta do carrinho) e não ao brinquedo como um todo.

O brincar estereotipado e não funcional é comum entre as crianças no Espectro do Autismo.

Evoluir o brincar – criar associações, brincar de forma compartilhada, flexibilizar as brincadeiras, aprender sobre a função dos objetos e brinquedos – é um dos trabalhos realizados na intervenção terapêutica.

Quais os benefícios de estimular o BRINCAR funcional e simbólico?

– Aumentam as oportunidades de socialização

– Ampliam as perspectivas da criança (sua visão de mundo)

– Contribui para o desenvolvimento emocional e cognitivo

– Estimula a afetividade, o interesse pelo outro