O transtorno desafiador de oposição (TDO) faz parte do grupo dos transtornos do déficit de atenção e comportamento disruptivo, caracterizado por um padrão global de desobediência, desafio e comportamento hostil.
Quais sinais a criança apresenta:
- Discutir excessivamente com adultos;
- Não aceitar responsabilidade por sua má conduta;
- Incomodar deliberadamente os demais;
- Dificuldade em aceitar regras e perder facilmente o controle se as coisas não ocorrerem da forma desejada.
A prevalência do TOD na população infantil é de 6%. Essa é uma condição que está comumente associada com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
O diagnóstico é realizado clinicamente, segundo os critérios estabelecidos pelo DSM V (Manual Diagnóstico e estatístico de transtornos mentais), quando os sinais/sintomas estão presentes por mais de 6 meses e trazem prejuízos para a vida da criança e sua família.
Não existe uma causa definida, mas sabe-se que o ambiente exerce uma grande influência. O TOD pode ter relação com sofrimento e mau funcionamento familiar.
Precisamos compreender também, que para além do transtorno, existe o fato de que muitas crianças não sabem bem como lidar com os próprios sentimentos de raiva, frustração e tristeza (que são naturais na vida). Todas elas precisam desenvolver habilidades de inteligência emocional, sobretudo aquelas que demonstram dificuldades na regulação das próprias emoções e comportamentos. Avaliação especializada, acolhimento e muito suporte são fundamentais.
Como é feito o tratamento?
O Treinamento de Manejo Parental, uma modalidade de terapia cognitivo-comportamental (TCC) que objetiva modificar o comportamento da criança por meio da alteração na forma dos pais lidarem com ela, provou-se eficaz para o TDO. Os estudos definem uma resposta em torno de 40-50%.
As terapias cognitivas são de grande importância, alcançando índices de resposta de até 74%.
Quando o TOD está associado ao TDAH e a criança apresenta sinais de agitação intensa, irritabilidade, labilidade emocional, agressividade, ímpetos explosivos, será necessário avaliar o tratamento conjunto com terapia medicamentosa. Algumas classes de medicações mostraram-se eficazes e seguras.
Como os pais podem ajudar?
- Procurar manter conversas respeitosas com o seu par, visto que a criança perceberá o comportamento e a relação de vocês;
- Investir na comunicação. Conversar sobre os comportamentos, sobre os seus sentimentos e os sentimentos de cada membro da família. Promover esses momentos de troca/reuniões familiares, um espaço seguro para falar e ser ouvido;
- Violência e agressividade em nenhuma hipótese. Evitar também conteúdos de violência (livros, filmes, desenhos, vídeos na internet);
- É importante fortalecer a autoestima da criança, com reconhecimento e estímulo para as suas boas ações.
- Prática de esportes e atividades que valorizam a disciplina, trabalho em equipe, cooperação e dinamismo;
- Advertir com sabedoria e calma. Ser autoridade sem praticar o autoritarismo, algumas regras precisam ser seguidas e os valores da família devem ser respeitados. O exercício da autoridade requer que expressem respeito, amor e firmeza;
- Paciência e rede de apoio. É fundamental que os pais se sintam apoiados e acolhidos nesse processo.