Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

O que é?

O TDAH é o transtorno do neurodesenvolvimento mais comum da infância. Tem base genética, com influência de fatores ambientais e alta hereditariedade. Ter parentes de primeiro grau com TDAH, aumenta em 4 a 5x a chance de o transtorno acontecer.

Como trata-se de um transtorno do neurodesenvolvimento, o mais comum é que os sintomas surjam em idades precoces, 50 a 80% dos pacientes continuará apresentando sintomas na adolescência e 40% na idade adulta.

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História natural: sintomas de hiperatividade surgem entre 3 e 4 anos, sintomas de déficit de atenção entre 5 e 8 anos.

O início dos sintomas antes dos 12 anos de idade é um critério para o diagnóstico.

Acredita-se que a base para os sinais e sintomas seja um déficit em uma função do cérebro chamada de função executiva, ocorre por alterações em múltiplos circuitos cerebrais, principalmente localizadas na região frontal.

Um indivíduo com déficit nessas funções apresenta dificuldade em manter a atenção, dificuldade em monitorar e inibir certos comportamentos, menor habilidade para planejamento das suas ações e na memória de trabalho.

Os sinais e sintomas observados estão relacionados como hiperatividade, impulsividade e/ou déficit de atenção.

Alguns sinais de hiperatividade: A criança está frequentemente a mil por hora, fala em excesso, interrompe os outros, responde a perguntas antes de elas terem sido finalizadas, tem dificuldade para brincar ou envolver-se em tarefas calmas.

Alguns sinais de Déficit de atenção: frequentemente esquece objetos necessários para realizar suas atividades, não segue instruções até o fim, tem dificuldade para finalizar e organizar suas tarefas, evita atividades que exijam esforço mental prolongado.

A criança deve apresentar esses sinais por mais de 6 meses e em mais de 1 ambiente, por exemplo, casa e escola. Essas questões trazem prejuízo para a vida da criança, relações com os pares, frustrações pessoais e familiares.

Como é realizado o tratamento:

A primeira linha de tratamento são as medicações estimulantes do SNC (anfetaminas e metilfenidato), que atuam na liberação de dois neurotransmissores chamados dopamina e noradrenalina.

As medicações atuam principalmente no córtex pré-frontal e estriatum.

Dentre essas medicações o metilfenidato é a mais utilizada, trazendo benefícios na escola, casa e melhorando as habilidades sociais da criança. Cerca de 70% dos pacientes apresentam melhora com o uso da medicação.

Quando bem indicada, a ação esperada é o aumento do nível de atenção, função cognitiva, redução da hiperatividade e dos comportamentos inapropriados.

Os medicamentos atuam para reduzir sintomas, os efeitos colaterais mais relacionados ao seu uso são dor de cabeça, redução de apetite e insônia. Essa é uma medicação no geral segura para pacientes saudáveis.

Para um melhor resultado, tratamento não medicamentoso também deve ser realizado: terapia cognitivo comportamental, adaptações escolares, a educação dos pais e crianças, prática de atividades física, musicoterapia, meditação.

O objetivo é que a criança desenvolva mecanismos de autorregulação e que seja apoiada por seus pais, familiares e pela equipe escolar.

A terapia cognitivo comportamental ajuda a criança ou adolescente a reconhecer e a modificar padrões de comportamentos disfuncionais ou distorcidos. Oferece também estratégias para lidar com as dificuldades de organização, gerenciamento do tempo, desatenção e outros.

Quando os pais, familiares, professores aprendem mais sobre o transtorno, eles são capazes de oferecer mais apoio e desenvolver estratégias para auxiliar a criança/ adolescente, por isso informação é de extrema importância.