Material de apoio
O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento; isso significa que as alterações apresentadas nas conexões cerebrais, ocorreram no período de desenvolvimento do cérebro, durante a gestação e nos primeiros anos da infância.
Por essa razão, os sinais e sintomas surgem já nos primeiros anos de vida e incluem: déficit de linguagem e de comunicação social, associado a padrões restritivos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
Os estudos mais recentes falam sobre uma prevalência do TEA de 1% das crianças e adolescentes no período escolar (seriam aproximadamente 2 milhões de casos no Brasil), com incidência maior entre os meninos (4 meninos p/ 1 menina).
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos apontam para uma prevalência de: 1 em 42 meninos e 1 em 189 meninas com o diagnóstico.
Esses números nos deixam uma mensagem clara: enquanto sociedade precisamos trabalhar juntos e olhar para essa questão. Precisamos de informação, medidas governamentais, educação da população, assistência adequada na área da saúde e educação.
Como é feito o diagnóstico:
O diagnóstico é clínico, isso significa que exames adicionais não são necessários (a não ser que exista uma outra condição médica associada, necessitando maior investigação) e tem como base os critérios diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais 5ª edição (DSM-V).
É muito importante que o diagnóstico seja feito de forma precoce, mas mesmo se existirem dúvidas, o início do tratamento não deverá ser postergado.
Como as dificuldades na área da linguagem e comunicação são observadas:
Elas estarão presentes em vários contextos: dificuldade em fixar o olhar, dificuldade em manter relações de troca (por ex.: compartilhar brinquedos, mostrar, se interessar pela participação de uma outra pessoa na brincadeira); preferência por atividades solitárias (isso muitas vezes é trazido pela escola); dificuldade em iniciar uma interação social, usar os outros como instrumento para ter o que deseja, ter preferência por crianças mais velhas ou mais novas, não olhar quando chamado pelo nome, dificuldade para entender o sentimento do outro.
Atraso para falar, dificuldade em manter diálogos, perceber o que é apropriado falar em cada situação, perceber o interesse de outras pessoas na conversa, falar utilizando palavras muito rebuscadas (como um professor).
Como os comportamentos e interesses repetidos/restritivos se manifestam?
Movimentos repetitivos com as mãos, movimentos repetitivos com o corpo (girar, balançar), enfileirar brinquedos ou objetos, interesse aumentado em ver objetos girando (ventilador, máquina de lavar), dificuldade com mudanças na rotina, apego a rituais, interesse elevado e desproporcional em uma coisa específica (ex.: letras, números, dinossauros).
Outras dificuldades que podem estar presentes:
Seletividade alimentar, insônia, dificuldade de aprendizado, problemas gastrointestinais (constipação crônica, diarreia, dor abdominal), déficits na integração sensorial (intolerância à sons altos, certos tipos de texturas, toque, corte de unhas e cabelos etc.).
Tratamento:
O tratamento é feito de forma individual, considerando as dificuldades apresentadas pela criança. Falamos que o autismo é um espectro justamente por isso, a base dos sinais e sintomas é a mesma, mas cada indivíduo tem formas e graus diferentes de apresentação.
Não existe ainda um tratamento curativo, mas muitas instituições científicas continuam estudando profundamente o tema. O tratamento hoje tem como alvo os sinais e sintomas, visando reduzi-los e modifica-los, para oferecer maior qualidade de vida às crianças e suas famílias.
Desse modo a abordagem será multidisciplinar: médicos, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, pedagogos. Cada um desses profissionais será indicado conforme a necessidade do paciente.
O tratamento farmacológico pode ser indicado em determinadas situações, sempre após avaliações detalhadas e por indicação médica. Existem algumas classes de medicações aprovadas e com benefícios comprovados para o TEA, elas são direcionadas principalmente ao tratamento de sintomas como agressividade, ansiedade, irritabilidade, impulsividade, distúrbios do sono.
O principal é que médico, terapeutas, criança e família estejam trabalhando juntos. Alinhar as necessidades da família, promover um tratamento equilibrado e eficaz, mas que não consuma toda a energia e finanças familiares.
Todos os indivíduos que participam desse processo devem ser ouvidos, acolhidos e atendidos em suas necessidades.
A educação é igualmente fundamental, quanto mais compreendemos sobre um assunto, mais teremos a capacidade de auxiliar.
Material sugerido:
CBI of Miami – Canal do YouTube, cursos e palestras
Instituto Farol Autismo – Cursos de treinamento parental
Mayra Gaiato – Cursos de treinamento parental